Já não reconheço este homem do espelho.
Ele tem segredos. Estou com medo.
Seu olhar que aos doze puro,
cedeu lugar ao obscuro da flora sexual.
A natureza recatada ganhou asas.
Asas que são podadas antes que ganhem os céus.
Lá de cima o tombo é bem maior.
Quem me garante o pára-quedas?
A força do vento não me tira do chão.
Nunca ao menos sonhei voando.
No máximo caindo. Assustado. Acordado.
O impacto é assombroso.
Mas este homem do espelho é mais corajoso.
Seu ímpeto destemido vê-se ao longe.
Deixe-o no mundo do contrário.
Porque sou humano pecador, mas conheço meus fracos.
Não cedo. O aroma não revela o amargo desse beijo.
Na verdade o homem do espelho é que tem medo.
Porque sei dos seus segredos.
Sou eu que posso e podo suas asas.
Adorei este texto do medo, interessante. Ficou sensancional.
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