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sábado, 14 de maio de 2011

13 de maio de 1888

No aniversário de 123 anos da assinatura da Lei Áurea, estaria o Brasil livre do sistema escravocrata?

Anterior a Lei Áurea, já se via a aproximação para a libertação dos escravos, tendo em vista a Lei do Ventre livre de 1871 "que proibia o trabalho de negros escravizados que não haviam atingido a maioridade; e a Lei dos Sexagenários, favorável aos escravos de mais de 60 anos. ' (BRASIL ESCOLA). Todavia, todas as leis favoráveis à extinção do sistema escravocrata não foram realizadas por mera bondade, visão humanitária, religiosa, enfim, foram frutos de muita luta, resistência e pressão pelo resto do mundo, já que no Brasil a libertação dos escravos foi tardia (como de costume).

É importante ainda salientar, que a assinatura da Lei foi feita pela princesa Isabel pelo fato de seu pai Dom Pedro II, estar em tratamento de saúde na Europa. Ainda vale citar Zumbi, símbolo de grande expressão na resistência negra, como líder do maior e mais duradouro quilombo: o de Palmares. Contudo a história sempre trata (porque será?) de engrandecer "X" nomes e esquecer outros, como o de Ganga Zumba, que foi o primeiro líder do Quilombo dos Palmares.

Como marca literária do tempo, temos Castro Alves, representante fiel dos negro escravos. Marcando fortemente com sua obra Tragédia no Lar. Concordando ao dizer que "Feliz da araponga errante / Que é livre, que livre voa".

"E agora?" Essa foi a questão enfrentada pelo negro após sua libertação. Um povo sem educação social, que não conhecia das leis, que apenas tinha em seus braços a força de seu sustento. Sem saída, se acumularam em situação de submundo, com subempregos, muitos mantendo as mesmas tarefas em troca de quase nada de dinheiro. O tempo passou, o mundo evoluiu, muito se criou, muito se discute, mas ainda é visto a desproporção racial no que tange número e oportunidades.

Há hoje, diversas políticas na defesa racial - que acabam por gerar mais discriminação - na busca da equidade. A lei Áurea foi apenas o ponta-pé inicial mais marcante para a libertação desse povo que ajudou na construção dessa nação miscigenada, chamada Brasil.

13 de maio de 1888

Preto no branco
para uma marca histórica.
O eterno pranto,
na assinatura de poder
que não coloca um ponto final.
São reticências por tantos quantos
após que vieram a sofrer.

Na conquista abolicionista
depois de muitas batalhas e leis.
O vento forte que da África sopra
ao ventre sem sorte que aqui se aporta
As fugas, os quilombos...
Ganga Zumba e Zumbi.
As matas escuras, iluminada lua clara.
Nas senzalas: o chão frio.
Nos troncos: chicote que estala.

O cheiro da liberdade
alimenta os correntes sonhos
ainda que chegue tarde
lutando, fugindo e esperando
o poder da assinatura
que nos disperte do sono.

Cidiclei Silva

Referências

ALVES, Castro. Tragédia no lar. Disponível em http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=481. Acessado em 13 de maio de 2011.

BRASIL ESCOLA. Disponível em http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/lei-aurea. Acessado em 13 de maio de 2011.

IMAGEM 1. Disponível em http://patriciaguinevere.blogspot.com/2010/10/republica-popular-das-demolicoes.html.

UOL EDUCAÇÃO. O 13 de maio é mesmo uma data a ser comemorada? Disponível em http://educacao.uol.com.br/atualidades/120-anos-lei-aurea.jhtm. Acessado em 13 de maio de 2011.